| INICIAL | HORÁRIOS E SALAS | PROGRAMAÇÃO | INSCRIÇÕES | RESUMOS | CONTATO |
SUMÁRIO
1ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS (SCI-1) - Dia 5/06, das 14:30 às 15:45 |
|
|
|
Os “reis da vaidade” e as mulheres: a construção discursiva dos gêneros |
|
|
O jornal é um canal midiático tem um papel social importante devido, entre outras razões, aos discursos que faz circular em um grande número de contextos. O objetivo deste trabalho é investigar, em duas etapas analíticas distintas, a construção das identidades de gênero no texto “Os reis da vaidade feminina”, publicado no jornal “O Globo” em 28/01/07. A primeira envolve uma análise crítica e multimodal do texto (Fairclough, 1995; Kress e Van Leeuwen, 2001). A segunda consiste no estudo dos sentidos construídos sobre o artigo por duas leitoras que fazem parte do seu público-alvo durante uma entrevista de grupo focal (Morgan, 1998). Para tal, empreende-se uma análise de posicionamentos (Davies e Harré, 1999; Moita Lopes, 2006). O trabalho é embasado por uma visão socioconstrucionista do discurso e das identidades sociais (Moita Lopes, 2002). Segundo esta perspectiva, as identidades sociais não são inatas, mas construídas no discurso e, portanto, fragmentadas, contraditórias e em processo. O discurso é visto como contextual, sendo influenciado pela realidade social ao mesmo tempo em que a engendra. A análise aponta a forte presença de crenças essencialistas em relação às identidades de gênero, tanto no texto jornalístico quanto na entrevista de grupo focal, sendo os homens construídos de forma positiva (reunindo atributos como talento, dinamismo etc.) e, as mulheres, como passivas e invejosas, o que contrasta com novas formas de se viverem os gêneros na contemporaneidade. Todavia, algumas partes da matéria contêm propostas não-essencialistas, indicando uma tímida tendência à desessencialização. Estudos como este são relevantes porque criam inteligibilidade sobre o processo de construção da vida social através do discurso. É preciso, pois, que se reflita sobre os produtos midiáticos, uma vez que são ferramentas muito poderosas que atuam nessa construção.
|
Construção de identidades em praticas contemporâneas de significação: problematizando a masculinidade em uma interação on-line |
|
|
Problematizar a construção das identidades está na ordem do dia, devido às grandes mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas, características de um mundo hipersemiotizado, que produz novos espaços de experimentação das identidades sociais. A partir de uma perspectiva socioconstrucionista das identidades sociais (Moita Lopes, 2002) e da característica dialógica do discurso (Bakhtin, 2000), este trabalho focaliza a construção das masculinidades hegemônicas em práticas contemporâneas de significações, partindo de dados gerados em uma interação on-line que aconteceu no MSN Messenger. O que quero problematizar é como identidades são construídas como externas, imutáveis, contidas em si mesmas e inquestionáveis. Um simples fato da vida, que ganha alto grau de institucionalização nos discursos diários. Para atingir tal objetivo utilizei como aparato metodológico a ACD (Análise Crítica do Discurso) proposta por Fairclough (1999), que permitiu perceber como a linguagem e a sociedade se articulam.
|
“É dos metros que elas gostam mais”: construção de identidades de gênero no discurso midiático” |
|
|
Em tempos de globalização e acesso cada vez mais rápido e fácil a novas informações e culturas, um dos temas que vem recebendo muita atenção é, sem dúvida, a questão das identidades sociais. Graças a grandes avanços tecnológicos, somos capazes de acessar novos modos de viver, seja pela internet, cinema ou pela televisão. Em face desse cenário, o presente trabalho se divide em duas partes, sendo a primeira, empreender uma análise positiva (MARTIN, s/d) e multimodal (KRESS & VAN LEEUWEN, 2001) das práticas social, discursiva e textual (FAIRCLOUGH, 1995) de um artigo publicado como matéria de capa da revista “Megazine”, suplemento semanal do jornal “O Globo”. O foco investigativo dessa primeira parte é o processo de construção das identidades de gênero, situado em uma sociedade em que cuidados a aparência são geralmente construídos pelo senso comum como características femininas. O estudo, seguindo uma perspectiva socioconstrucionista do discurso e das identidades sociais (Moita Lopes, 2002), na qual tais identidades são apontadas como sendo fragmentadas, contraditórias e fluidas, e ao se apoiar nos estudos midiáticos de Thompson (1998), focaliza possibilidades de mudança e (re-) construção identitária no discurso midiático. Na segunda parte do trabalho, analiso os posicionamentos interacionais (DAVIES & HARRÉ, 1999; MOITA LOPES, 2006, 2007) de dois entrevistados em uma prática de grupo focal (MORGAN, 1998), na qual o texto, aqui em análise, é discutido. A análise do artigo mostra que um tipo de sexualidade que se afasta dos padrões de heteronormatividade - o metrossexualismo, por exemplo - é construído como forma possível de ser homem, pois constrói uma alternativa de masculinidade positivamente e de forma a introduzi-la na sociedade como opção válida para o gênero masculino. Porém, a entrevista de grupo focal mostra posicionamentos conservadores dos entrevistados, já que estes se posicionam contrários ao metrossexualismo enquanto forma de ser masculino.
|
Reorientação curricular: o afastamento entre teoria e prática |
|
|
O objetivo desta apresentação é discutir a incoerência teórica em que se apóia a Reorientação Curricular para professores de francês língua estrangeira e as atividades práticas propostas pela Reorientação. Nos embasamos nos conceitos téoricos da Análise do discurso de base enunciativa (AD) e nos conceitos de polifonia e gêneros que a AD retoma de Bakhtin. Nos apoiaremos ainda nos conceitos de interdiscursividade (Maingueneau : 2006) e heterogeneidade discursiva (Authier-Revuz: 1998) além dos estudos voltados para o ensino/aprendizagem de francês língua estrangeira (FLE) (Coracini : 2000 e Circurel : 1996). O material da pesquisa foi elaborado por uma equipe de professores das principais universidades públicas do estado do Rio de Janeiro e fundamenta prescritivamente, o ensino/aprendizado de língua francesa através de práticas discursivas “visando uma integração social e cultural em uma perspectiva crítica centrada nas diferentes modalidades escolares de letramento”. No entanto, suas sugestões de atividades práticas parecem seguir uma outra abordagem/metodologia em relação à indicada na apresentação. Assim, a pesquisa aponta a necessidade de um estreitamento entre o pensamento teórico e a realidade prática de sala de aula, além das propostas práticas de exercícios que sigam a linha das práticas discursivas. A análise se encontra, em fase inicial e até o momento os resultados apontam para uma incompatibilidade entre teoria e prática, uma sobreposição de saberes oriundo do sentido prescritivo do discurso pedagógico.
|
|
|
|
A escrita fragmentária em Fernando Pessoa e António Mora |
|
|
Nos escritos de Fernando Pessoa, é comum percebermos referências a categorias científicas que aproximam elementos da modernidade à loucura. No entanto, é por meio de seu heterônimo louco e filósofo, António Mora, que a relação entre linguagem, literatura e loucura pode ser pensada propriamente, possibilitando uma revisão acerca dos parâmetros tradicionais de identidade e individualidade. Partindo dos escritos de Mora, estabeleceremos ressonâncias com elementos do pensamento de Gilles Deleuze e Maurice Blanchot acerca da linguagem, privilegiando escritos em que ambos procuram afastá-la de suas funções significativas, questionando tanto o sujeito de enunciação como a enunciação individual. Desta forma, Fernando Pessoa estabeleceria, com a heteronímia, uma forma de relação diferencial com a enunciação, onde diversas vozes enfatizariam a impessoalidade de fundo que lhes é constitutiva. Enquanto heterônimo, uma voz outra e suficiente, diagnosticado como desviante enquanto ele mesmo procura diagnosticar o próprio mundo ocidental pautado pelos valores que possibilitam seu próprio diagnóstico, Mora não apenas espelha a condição heteronímica, como também, ao promover a relação do manicômio com o mundo, afirma uma saúde inerente à literatura, que passaria pela potência do fragmentário, uma escrita cuja linguagem não se deixa capturar pelos postulados da lingüística, deixando claro que o intento do louco é antes apresentar, por meio de sua condição, o quadro clínico enviesado de nossa cultura.
|
Leituras e leitores de Shakespeare: adaptação de obras literárias para o cinema como prática de produção de sentidos |
|
|
A partir do estudo da adaptação cinematográfica de obras literárias para o cinema como processo de leitura, pretendemos investigar de que forma se desenvolveu a prática de produção de sentidos na adaptação de Hamlet , obra prima de William Shakespeare, em versão realizada por Michael Almereyda (2001). Almejamos argumentar que as adaptações, cada vez mais presentes no momento sociocultural em que vivemos, são obras independentes de seu texto base, configurando-se como (re)leituras – obras de arte autônomas – de um texto pré-existente. O objetivo de nosso trabalho é, então, verificar como uma obra do cânone ocidental, especificamente Hamlet , de William Shakespeare, foi adaptada dando origens a uma nova obra, contemporânea em essência, que difunde, por meio da (re)criação e (re)escritura, visões do cânone a novas audiências, novos leitores – ou telespectadores – em um novo contexto, o cinematográfico. A análise será realizada por meio de estudo comparativo entre as duas obras, a literária e a cinematográfica, com base nos princípios interacionais do processo de leitura – entendido aqui como um processo comunicativo em que autor-leitor estão envolvidos na negociação e construção dos significados do texto situacionalmente –. Para a realização de nosso trabalho, adotamos como principais pressupostos teóricos a teoria da adaptação de HUTCHEON (2006) e a crítica contra o discurso da fidelidade de STAM (2000).
|
Entre o real e o ficcional: percepção de leitores a crônicas |
|
|
As crônicas, inspiradas em fatos recentes do cotidiano, são comumente lembradas como um estilo de jornal. Embora existam estudos que apontam as crônicas como novo gênero literário, de maneira geral observamos entre os teóricos uma postura hesitante em relação à sua qualificação . Buscando compreender essa aparente ambigüidade, investigamos se, ao ler uma crônica, o leitor se julga diante de ficção ou realidade, e se o modo de apresentação do texto influencia esse julgamento. A presente pesquisa parte dos conceitos de “suspensão da descrença” e “auto-desnudamento da ficção” (Iser, [1978] 1985) para diferenciar a percepção de um texto ficcional da de um relato jornalístico. Para desenvolver o presente estudo questionários foram aplicados a dois grupos diferentes de estudantes universitários, analisando-se o comportamento de três variáveis: grau de especialização do leitor, origem real da crônica (livro ou jornal), e origem alegada da crônica (livro ou jornal). Acredita-se que o estudo de crônicas do ponto de vista da interação leitor-texto possa ser enriquecedor, pois possibilita a extensão do debate sobre ficção e realidade para um gênero literário normalmente à margem dessa discussão.
|
A Lingüística de Corpus no estudo da gramaticalização das preposições complexas |
|
|
O trabalho que propomos é fruto de nossa dissertação de mestrado que versou sobre as mudanças ocorridas em estruturas da língua portuguesa normalmente denominadas ‘locuções prepositivas'. Em muitos casos as descrições propostas por gramáticas tradicionais da língua portuguesa não são capazes de explicar o real funcionamento da língua, por isso acredita-se que se tornam necessários estudos que possam vir a contribuir para uma descrição gramatical capaz de compreender o uso desse grupo de palavras. Buscam-se subsídios teóricos no funcionalismo lingüístico (BRINTON, TRAUGOTT, 2005; HOPPER, TRAUGOTT, 1993; HEINE, 2003), uma vez que se tem como objetivo explicar os fenômenos de mudança que afetam os itens lingüísticos. Utilizam-se, ainda, as ferramentas computacionais oferecidas pela lingüística de corpus que providencia a metodologia de observação dos dados, pois se realizou uma investigação baseada em corpora eletrônicos. O corpus investigado está disponível online em http:// www.corpusdoportugues.org/ . Por meio da análise, observou-se, primeiro, que, contrariamente ao que se esperava, não houve mudança nas funções exercidas pelas construções investigadas que continuam a ser usadas como locuções prepositivas padrão. No entanto, observou-se que as formas utilizadas estão avançando na escala de gramaticalidade, já que, identificou-se a extensão semântica de seus usos. |
2ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS (SCI-2) - Dia 6/06 das 11:15 às 12:30 |
|
|
||
“Dizendo não quando tem que dizer não, dizendo sim quando tem que dizer sim”: análise discursiva do processo de construção de identidade em uma narrativa de resistência à luz da proposta de narrativização das estruturas sociais |
||
|
No Movimento Hip Hop, como nunca antes observado em fenômenos sociais anteriores , é na e pela palavra que artistas jovens , na maioria negros e moradores de favela , passam a se constituir como sujeitos do seu discurso , construindo novas formas de poder e contestação com base em suas próprias experiências e em atos de resistência . Diante disso, este trabalho tem como objetivo apresentar a análise discursiva do processo de construção de identidade em uma narrativa de resistência materializada em um recorte de uma entrevista concedida por um dos representantes do movimento Hip Hop no Brasil, o rapper Rappin Hood, adotando como base teórica a proposta de Edwick e Silbey (2003) acerca da narrativização das estruturas sociais em estórias de resistência às autoridades legais . Conforme Mishler (2002), consideramos a entrevista como um evento discursivo de co-construção de sentido que se dá na interação entre seus participantes. Ao adotarmos esta concepção de entrevista , tratamos o discurso do entrevistado como uma “ narrativa de identidade ” na qual ele atribui sentido as suas experiências e, conseqüentemente , constrói sua identidade . Assumindo uma visão socioconstrucionista, Shotter & Gergen(1989), Hall (1996) e Moita Lopes (2002), entendemos identidade a partir de uma perspectiva anti-essencialista, como algo em constante processo de construção , situada histórico-discursivamente, múltipla , fragmentada e constituída por traços identitários variáveis que muitas vezes coexistem em contradição . Completando o quadro teórico para este estudo , adotamos a Sociolingüística Interacional, filiando-nos à crença de que nada está definido a priori em relação ao uso da linguagem . Contexto , significado e, conseqüentemente, as representações que fazemos de nós mesmos e dos outros se constroem na interação . A partir das posturas aqui assumidas, lançamos também um olhar sobre os atos cotidianos de resistência como geradores de transformações mais amplas, buscando explicitar a importante relação existente entre eles e as mobilizações coletivas.
|
|
Gritos da periferia urbana: Racionais MC´s e a “missão rap ” |
||
|
O cenário cultural brasileiro modificou-se de forma significativa desde os anos 90, chamando atenção de estudiosos de diferentes áreas. Estudos como os de Herschmann (2005) apontam para as representações feitas por jovens, em especial os diretamente afetados por conflitos sociais, como de importância crucial no entendimento de confrontos em setores da sociedade brasileira. Nesse sentido, interessou-nos em particular as práticas discursivas de um grupo de hip hop – Racionais MC´s – apontado como referencial da juventude das periferias urbanas. Esse grupo apresenta um material musical ( raps ) que se caracteriza por uma enunciação com um forte traço de denúncia social, além de narrativas de estórias que assumem um “tom” moralizador. Diante disso, o tema desse estudo é o método de construção discursiva das músicas dos Racionais MC´s, no intuito de refletir criticamente sobre um discurso caracterizado por uma “maneira de dizer” que se assemelha a uma pregação religiosa mas, por outro lado, tem elementos do discurso político. A intenção é focalizar o significado acional (“modo de agir”) das músicas como um modo de inter(ação) social, e o discurso como um “momento da prática social” de jovens da periferia, que reflete seus valores, suas visões de mundo. Essa abordagem assenta-se na vertente crítica da Análise do Discurso (ACD), com enfoque em Fairclough (2001), já que o discurso será entendido como “modo de ação historicamente situado”. Quanto à seleção do material de análise, baseamo-nos no critério qualitativo, ou seja, abordamos uma música – “Fim de Semana no Parque” – representativa do grupo, segundo dados de acesso de sites oficiais sobre o assunto. O objetivo é apresentar dados preliminares de uma dissertação de mestrado em andamento. A análise indica que a estrutura genérica do rap constitui-se de um pré-gênero narrativo, com instâncias de reivindicação e de prédica religiosa.
|
|
“Novos olhares” – uma visão alternativa dos discursos sobre identidades raciais |
||
|
No mundo contemporâneo, a mídia tornou-se uma fonte de produtos simbólicos fundamentais no processo de (re-)construção da vida social (Thompson, 1998). Embora, freqüentemente, atue na manutenção de ideologias hegemônicas, em outros momentos, ela também participa de processos de desconstrução de visões essencializadas das identidades sociais, apresentando novas formas de ação. A presente pesquisa busca, assim, articulando uma Análise Positiva do Discurso (Martin, 2004), instrumentos da análise multimodal do discurso ( Kress , 2002 ), e uma visão socioconstrucionista das identidades sociais (Moita Lopes, 2002), identificar de que maneira as identidades de raça são (re)construídas em um seguimento do quadro “Novos olhares”, apresentado semanalmente no Fantástico (TV Globo) em 2007 e cuja proposta era problematizar práticas de preconceito. Os resultados da análise, que focaliza tanto o texto televisivo em tela quanto os produzidos por telespectadores do programa, indicam que os discursos podem apresentar possibilidades de revigorar a vida social.
|
|
LICOM: uma análise discursiva do papel do bolsista e sua formação docente |
||
|
Línguas para a Comunidade , o LICOM, é um projeto de Iniciação à Docência e de Extensão na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) onde os alunos de Letras têm a oportunidade de vivenciar a realidade docente ainda como estudantes. Envolvido no conjunto formador da Universidade onde interagem o ensino, a pesquisa e a extensão, o LICOM tem o objetivo de inserir o aluno aprendiz no mercado de trabalho a partir de uma primeira experiência docente sob a supervisão de um professor coordenador. Nosso trabalho observou as atividades desenvolvidas com os bolsistas e verificou de que forma se estimula o aluno aprendiz para uma reflexão e pesquisa críticas, além da prática docente. Baseamos nossos estudos na entrevista em situação de pesquisa acadêmica de Rocha, Daher e Sant'Anna (2004), na abordagem dialógica da linguagem (BAKHTIN, 1992) e na perspectiva ergológica sobre o trabalho (SCHWARTZ, 1997). Entrevistamos seis ex-bolsistas que fizeram parte do projeto entre os anos de 1997 a 2006 e utilizamos como entrada lingüística para a análise a negação polêmica de Ducrot (1997). A partir da análise dos enunciados e através da perspectiva ergológica, observamos que a oportunidade que o aluno tem de participar do LICOM durante sua graduação contribui para o seu processo de formação docente. Não obstante, dados retirados destas análises nos levam a conclusão de que o LICOM, como um projeto de extensão, requer uma postura mais crítica e deve trabalhar um pouco mais sobre o que se espera deste bolsista e sobre algumas crenças que existem sobre o papel do professor. |
|
|
|
||
O ensino de LE nas Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: reflexões sob o enfoque discursivo |
||
|
O presente estudo tem como objetivo, a partir de uma visão dialógica da linguagem (BAKHTIN, 2002), contribuir para o entendimento de discursos sobre o trabalho do professor e, para tal, volta-se para o campo dos textos prescritivos de sua atividade. Com base no princípio de que toda a atividade de linguagem está em interação permanente com as situações sociais no interior das quais é produzida, interessamo-nos nesta pesquisa pelo estudo de textos regularmente vistos como constituídos em situação externa ao trabalho de ensino stricto sensu, dada sua relevância na posta em circulação de sentidos atribuíveis a essa prática. A seleção do corpus de análise considera nossa condição como professora de espanhol e o conseqüente interesse de contribuir para o aprofundamento da compreensão do trabalho do professor de línguas estrangeiras no contexto atual. Desse modo, voltamo-nos para o texto das Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCN), publicado em 2006. Com o foco nas relações interdiscursivas que perpassam esses prescritos, destacamos o propósito de observar como se constroem sentidos relativos ao trabalho do professor de línguas estrangeiras e de que modo memórias discursivas são mobilizadas nesse processo. A análise do corpus fundamenta-se nos pressupostos da Análise do Discurso de base enunciativa, com ênfase nos conceitos de alteridade discursiva e negação polêmica. Os resultados alcançados permitem, além de refletir sobre posições enunciativas identificadas no corpus, aprofundar conhecimentos acerca dos modos de constituição de textos prefigurativos da atividade do professor.
|
|
Efeitos da ansiedade de língua estrangeira sobre alunos iniciantes em cursos de idiomas durante a correção de erros orais |
||
|
A presente comunicação tem por objetivo discutir a influência da Ansiedade de Língua Estrangeira como fator dificultador da aprendizagem de alunos iniciantes em cursos de idiomas, especialmente no que tange à correção de seus erros orais. Segundo Horwitz & Cope (1986), trata-se de um tipo particular de ansiedade que se manifesta na forma de um sentimento subjetivo de tensão, apreensão, nervosismo e preocupação associada à excitação do sistema nervoso autônomo, e este construto seria responsável pelas reações emocionais negativas dos alunos em relação a aprender uma língua. Um dos componentes desta ansiedade é o temor de avaliação negativa, que pode se manifestar no momento em que alunos têm seus erros orais corrigidos pelo professor. No estudo ora em desenvolvimento, os erros são considerados como parte fundamental do processo de aprendizagem (Lightbown & Spada, 2004; Quaresma, 2002; Bartram e Walton 1994; Lima, 2004), e a ansiedade é apresentada como fator afetivo que mais compromete este processo (Arnold & Brown, 1999). Apresenta-se como um estudo de caso de cunho etnográfico, e a opção por alunos iniciantes está pautada na idéia de que é neste estágio de aprendizagem que os problemas se verificam com mais agudeza (Celani, 1996a). O idioma em questão é o inglês, mas os resultados obtidos até o momento podem ser extensivos a outros idiomas, pois indicam que em um ambiente onde não se sintam julgados ou avaliados, os alunos são mais receptivos e, portanto, tiram maior proveito da correção realizada pelo professor.
|
|
A relação entre crenças e a ansiedade de língua estrangeira: um estudo de caso |
||
|
Este estudo apoia-se no fato de alguns alunos adultos não conseguirem aprender uma língua estrangeira devido à influência de fatores afetivos tais como a ansiedade (language anxiety), motivação, ambiente de aprendizagem, crenças e atitudes em relação ao próprio aprendizado. Segundo Krashen, os aprendizes cujas atitudes não são favoráveis à aquisição de uma língua estrangeira possuem um alto filtro afetivo (KRASHEN, 1983), caracterizando-se como um bloqueio mental que não permite que os aprendizes utilizem o insumo compreensível em sua totalidade. A fundamentação teórica da pesquisa baseia-se na distinção entre ansiedade traço, estado e situacional e o conceito de ansiedade de língua estrangeira, aprimorado por Horwitz, Gardner, MacIntyre e suas implicações, incluindo a evoluçào do conceito de crenças desde a década de oitenta e abordagens de análise de crenças (BARCELOS,2000,2004; COTTERALL,1999) e identidade ( RILEY,2006). A metodologia utilizada será o estudo de caso, através da análise qualitativa dos dados, contando com dois participantes “ansiosos” e um não ansioso, selecionados através da escala para medir a ansiedade (FLCAS-foreign language classroom anxiety scale) desenvovida por Horwitz (1983) . Os dados serão coletados através de diários, entrevistas semi-estruturadas e questionários.
|
|
Investigando o processo de leitura na sala de aula de ILE: conceitos em xeque |
||
|
A presente investigação procura levantar quais conceitos acerca do processo de leitura em inglês como língua estrangeira (ILE) fazem parte do repertório de sentidos de um determinado grupo de estudantes de língua inglesa participantes de um projeto de idiomas localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Parto da visão dialógica de linguagem (Bakhtin, 2003), da visão de ensino-aprendizagem vygotskiana (1998) e da concepção de leitura como prática social (Soares, 2005), buscando co-construir conhecimento junto aos meus alunos sobre o processo de leitura. Os dados foram gerados a partir de observação-participante, entrevistas e gravações em aúdio e procurei interpretá-los segundo a prática dos aprendizes. Os primeiros resultados gerados mostram que visões naturalizadas sobre como se dá o processo de construção do sentido de textos, no meu caso ILE, encontram-se arraigadas à prática de leitura dos alunos observados. |
|
3ª SESSÃO DE COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS (SCI-3) - Dia 6/06 das 14:30 às 15:45 - |
|
|
||
A leitura em LE na Educação de Jovens e Adultos como possibilidade de construção social |
||
|
O presente trabalho busca discutir resultados parciais de uma investigação que virá a ser o âmago de uma dissertação de mestrado que tem por objetivo refletir/interpretar acerca de leitura em LE na educação de jovens e adultos. Com base na visão sócio-interacionista de leitura procuro propiciar aos leitores situações que permitam o desenvolvimento de sua visão crítica e de reflexão sobre sua realidade social com vista a questioná-la, de forma a propriciar-lhes maior empoderamento, otimizando mudanças e maior autonomia. Para esta investigação valho-me dos conceitos vygotskianos (fossilizados, cotidianos e escolarizados), como também, das noções bakhtinianas (vozes sociais, heteroglossia, alteridade e da interação como uma arena de conflitos), por considerá-los de total relevância para o desenvolvimento das atividades propostas. Os procedimentos seguidos nesta pesquisa são de cunho etnográfico, levam em consideração a situação e o comportamento dos sujeitos, inclusive a minha experiência, como membro participante deste contexto, para a construção da compreensão do processo investigado e analisado.
|
|
A memória discursiva nos pronunciamentos de posse dos presidentes Evo Morales, Hugo Chávez e Luiz Inácio Lula da Silva |
||
|
A América Latina, nesta primeira década do século XXI, é pano de fundo para governos eleitos democraticamente e que convergem em maior ou menor grau no que diz respeito a uma filiação“esquerdista”: Néstor Kirchner na Argentina (2003), Michelle Bachelet no Chile (2006), Evo Morales na Bolívia (2006), Rafael Correa no Equador (2006) e a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil e de Hugo Chávez na Venezuela (2006). O recorte do corpus está sendo determinado pela escolha de fragmentos selecionados que representem os aspectos que queremos destacar ?sem pretensão de exaustividade?, no que concerne aos objetivos propostos. Como se trata de um estudo em desenvolvimento, ainda não operamos o fechamento do espaço discursivo foco de análise, embora utilizamos como projeto piloto a análise dos pronunciamentos dos presidentes da Bolívia, Venezuela e Brasil devido à detecção de traços estáveis referentes ao gênero escolhido entre os governantes. Será utilizado o corpo teórico da Análise do Discurso francesa e as categorias analíticas propostas por Maingueneau (2004 e 2005) e Amossy (2005): ethos e semântica global e de Achard (1990): memória discursiva.
|
|
Processos de construção de identidade no discurso político e religioso:interpenetrações e ambigüidades |
||
|
A apresentação objetiva discutir resultados preliminares de minha pesquisa de doutorado, cuja proposta consiste na análise qualitativa do discurso político e religioso televisionado à luz teórica da Sociolingüística Interacional (Goffman, 1964; 1967; Gumperz, 1982; Schiffrin, 1987; Tannen & Wallat, 1987; Tannen, 1989, entre outros), situando-se mais especificamente no campo da análise das identidades (Bastos, 2003; Moita Lopes, 2002, entre outros). Constituem o corpus desse trabalho interações extraídas de programas político-eleitorais televisionados e de programas de TV de temática religiosa, e, a exemplo de estudos que também se debruçaram sobre a performance discursiva institucional em contextos midiáticos (Morgan, 1997; Chang & Mehan, 2006), focaremos os conceitos sócio-interacionais de enquadre, face e self (Goffman, 1967), e suas relações com pistas de contextualização (Gumperz, 1982), para investigar os processos interacionais de construção de identidade presentes nos dois contextos, bem como observar/questionar as interpenetrações e ambigüidades identitárias presentes em ambos, já apontadas por pesquisas prévias (Tannen, 1989; Johnstone, 1987, Tavares, 1999, entre outros) e enraizadas no imaginário popular.
|
|
O discurso textualizado nas legendas do jornal Brasil de Fato |
||
|
A partir do referencial teórico da Análise do Discurso de matriz francesa, o presente estudo interpreta fotografias e legendas do jornal BRASILdeFATO rastreando como os enunciados fazem falar certos sentidos e silenciam outros. Intentamos flagrar como a ideologia interpela o sujeito discursivo de modo a produzir o efeito ideológico de, fazendo falar o dizer midiático como verdade. No caso das fotografias, interpretamos como o uso de enquadramentos, ângulos, focos e o diálogo da imagem fotográfica com sua legenda de ancoragem servem de sustentáculo de um sentido “ditado” pelo sujeito-editor do jornal para inscrever uma diretividade de leitura e uma interpretação tida como natural. Contestando o mito da objetividade, inferimos que a composição de legendas jornalísticas não é “neutra” visto que depende da formação discursiva à qual o sujeito se filia. O corpus da pesquisa é formado por fotos e recortes lingüísticos de legendas do jornal BRASILdeFATO , divulgados entre maio de 2005 e julho de 2006. |
|
|
|
||
Do individual ao social: as categorias que emergem no discurso |
||
|
O presente trabalho se propõe a discutir, identificar e analisar as categorias, sejam elas de natureza individual ou social, que emergem nos discursos dos participantes de uma audiência de conciliação no Procon, realizada em Juiz de Fora, Minas Gerais. Para isso, adotamos como referencial teórico-metodológico as contribuições lingüísticas de caráter antropológico (Tomasello, 2003) e interacional, priorizando as contribuições da Análise da Conversa (Sacks, Schegloff e Jefferson, 1974). A análise dos dados foi executada a partir da seleção de alguns trechos de fala que compõem essa audiência. Ao analisarmos esse encontro, pudemos observar que os processos de categorização estão intrinsecamente associados às questões de identidade. Nesse sentido, também pudemos verificar que as categorias bem como as identidades são fenômenos lingüísticos cambiantes e dependem do contexto social ou discursivo no qual os indivíduos interagem.
|
|
O sujeito pronominal na gramática italiana e o seu ensino para falantes do português brasileiro |
||
|
A gramática italiana apresenta um complexo sistema de desinências verbais capazes de distinguir o sujeito sem que seja necessária a realização deste foneticamente. De acordo com a teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981), o italiano pertence, portanto, ao grupo das línguas que são marcadas positivamente em relação ao que se convencionou chamar Parâmetro do Sujeito Nulo, permite, dessa forma, uma categoria vazia em posição de sujeito. Por outro lado, resultados de pesquisas realizadas sobre o status do sujeito pronominal no português brasileiro (PB) têm mostrado que este vem apresentando comportamento bastante próximo de línguas marcadas negativamente em relação ao parâmetro em questão, ou seja, tem preferido a expressão fonética do sujeito pronominal. Tal característica, cada vez mais evidente em PB, tem sido bastante relacionada ao fato da simplificação das desinências verbais por que passou o PB, visto que a realização do sujeito nulo, ao menos nas línguas românicas, parece estar intimamente ligada à questão morfológica da riqueza do paradigma verbal (Chomsky,1981). Dessa maneira, o presente trabalho tem por objetivo abordar as possíveis implicações no ensino da gramática italiana, a princípio divergente nesse aspecto, para falantes do português brasileiro, tomando por base os resultados obtidos através de uma pesquisa com a tradução das tiras da Mafalda para essas duas línguas. Foram selecionadas, para a pesquisa, somente as estruturas semelhantes sintaticamente com tempo finito e com sujeitos de referência definida. Para a fundamentação teórica, utilizamos a da Teoria de Princípios e Parâmetros juntamente ao procedimento teórico-metodológico da Sociolingüística Variacionista (Kato & Tarallo, 1989). Os resultados demonstraram que o PB apresenta índice significativo de sujeitos plenos, enquanto o italiano opta, majoritariamente, por sujeitos nulos, o que evidencia a necessidade de uma atenção especial, por parte dos professores de língua italiana, ao ensino do sujeito pronominal italiano aos falantes do português brasileiro.
|
|
O vídeo game na sala de aula: novas perspectivas para professores que querem se manter atualizados |
||
|
Este artigo tem como fim repensar a aula de inglês em face do advento dos vídeo games. A discussão gira em torno da adequação dos jogos eletrônicos à sala de aula. O corpus utilizado foi retirado do site Orkut®,consistindo de interações promovidas exclusivamente por membros da comunidade. A partir dessas contribuições de membros do orkut, foram extraídas categorias emergentes para definir o papel dos games no processo de ensino-aprendizagem de inglês como língua estrangeira (EFL). Os resultados desta análise são comparados com o que Gee (2003) preconiza a respeito de aprendizagem situada, e com o que Prensky (2006) defende. Dessa forma o a pesquisa colabora com o trabalho desses dois autores e contribui com os estudos de games, no sentido de abrir mais um espaço até então inexplorado. Finalmente,o artigo indica lacunas que ainda restam no conhecimento e aponta para os possíveis passos que dão continuação à presente pesquisa.
|
|
Clique aqui
para baixar a versão em PDF do Caderno de Resumos do IV JEL.
para salvar diretamente, sem abrir, clique aqui com o botão direito do mouse e depois em"salvar destino como..."